Experiência sensorial une gastronomia, drinks e aquarela em um dos cenários mais charmosos de Salvador
Imagine começar o sábado com o som das ondas, uma Mimosa com toque de caju na mão, pincéis colorindo a imaginação e um brunch digno dos deuses do mar. Essa é a proposta do evento Comer, Beber e Pintar, que retorna ao Blue Praia Bar, no Rio Vermelho, no próximo sábado, 26 de abril, das 9h às 11h.
Sob o comando da influenciadora cultural Alice Brandão (@alice.visita) e da criadora de drinks artesanais Vithória Rocha (Drink.iê), a experiência mergulha os participantes em uma manhã lúdica de arte e sabor — com vista para a deslumbrante Praia do Buracão, um dos recantos mais cativantes da capital baiana.
Comer, beber e pintar – Foto: Pedro Mascarenhas
Brunch criativo com toque baiano
O evento propõe uma fusão entre pintura em aquarela e o tradicional brunch do Blue Praia. Durante duas horas, os inscritos terão à disposição todos os materiais necessários para criar suas próprias obras, enquanto saboreiam uma seleção especial do menu matinal da casa.
A experiência gastronômica inclui suco de laranja, café, salada de frutas e uma das seguintes opções:
Bowl de cuscuz de milho com queijo coalho, ovo e manteiga de garrafa;
Misto quente no pão de copioba;
Avocado Toast.
Para acompanhar, água com gás e sem gás à vontade e a estrela da manhã: a Mimosa Drink.iê, versão exclusiva do clássico drink com espumante, suco de laranja e um inusitado toque de caju.
Day Use no Blue Praia e sorteios exclusivos
O ingresso para o evento — disponível no Sympla — inclui não apenas a vivência artística e gastronômica, mas também o acesso ao Day Use do Blue Praia no mesmo dia, permitindo que os participantes estendam o deleite à beira-mar por todo o sábado. E para quem gosta de surpresas, dois brindes serão sorteados entre os presentes.
Uma celebração da criatividade com sabor baiano
Mais que uma atividade, o Comer, Beber e Pintar é uma celebração dos sentidos. Em um ambiente que respira arte, cultura e boa mesa, o evento é uma ode à Salvador criativa, acolhedora e sempre com um drink na mão.
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A consagração do Origem como melhor restaurante do Brasil e a ascensão da gastronomia baiana
Em um feito histórico que marca uma guinada no mapa da alta gastronomia baiana, o restaurante Origem, comandado pelos talentosos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, conquistou o 1º lugar no ranking dos 100 Melhores Restaurantes do Brasil 2025, promovido pela Exame Casual. A premiação, consagra não apenas o talento do casal, mas também o potencial criativo e cultural da cozinha baiana.
A vitória do Origem simboliza mais que um troféu: representa o reconhecimento da Bahia como um novo destino gastronômico nacional, rompendo com a hegemonia dos tradicionais centros Rio-São Paulo e colocando Salvador sob os holofotes da cena culinária de vanguarda.
E não para por aí. O restaurante Origem também brilhou em casa ao vencer o Prêmio Sabores de Salvador 2024, na categoria Restaurante do Ano, enquanto o chef Fabrício Lemos levou o troféu de Chef do Ano, reafirmando sua influência como uma das vozes mais relevantes da gastronomia brasileira contemporânea.
Origem: raízes baianas com sofisticação contemporânea
Localizado no bairro do Caminho das Árvores, o Origem é pioneiro em Salvador ao adotar exclusivamente o formato de menu degustação. Sua proposta é mais que uma refeição: é uma viagem sensorial que homenageia a ancestralidade alimentar do povo baiano.
O atual menu, intitulado “Nossas Heranças”, é dividido em quatro atos que resgatam a memória das quituteiras, das técnicas indígenas e africanas, reinterpretadas com elegância e rigor técnico. Pratos como carne de sol com lentilha beluga e farofa de beiju ou cabrito com purê de abóbora defumada, couve crocante e paçoca de carne-seca revelam o domínio de Fabrício e Lisiane em fundir tradição com modernidade.
“Esse reconhecimento ajuda a fortalecer a nossa cultura, a gastronomia e o turismo”, destacou Fabrício Lemos, emocionado ao saber da conquista.
Bahia em destaque: oito representantes entre os 100 melhores
Além do Origem, outros sete restaurantes baianos figuram na prestigiada lista da Exame Casual, mostrando que a cozinha da Bahia está em plena efervescência e renovação. Cada casa carrega uma proposta singular, mas todas partilham do compromisso com a valorização dos ingredientes locais e a identidade cultural do estado.
Os representantes da Bahia no ranking 2025:
1º lugar – Origem (Salvador)
9º lugar – Manga (Salvador): criatividade e técnica do casal Dante e Kafe Bassi, com menus degustação ousados no coração do Rio Vermelho.
27º lugar – Dona Mariquita (Salvador): da chef Leila Carreiro, um templo da culinária tradicional baiana, com receitas afro-indígenas resgatadas.
55º lugar – Orí (Salvador): também do Grupo Origem, propõe uma experiência contemporânea enraizada na Bahia.
61º lugar – Bóia (Salvador): do chef Kaywa Hilton, um projeto autoral que valoriza os frutos do mar com frescor e personalidade.
71º lugar – Amado (Salvador): sob o comando de Edinho Engel, une sofisticação à vista deslumbrante da Baía de Todos os Santos.
80º lugar – Casa de Tereza (Salvador): da chef Tereza Paim, referência em culinária afetiva com ingredientes do Recôncavo.
94º lugar – Preta Restaurante (Ilha dos Frades): uma experiência gastronômica imersiva em meio à natureza baiana.
Uma celebração da cozinha patrimonial da Bahia no coração da Vila Madalena
Neste fim de semana, São Paulo recebe um encontro que promete deixar marcas no cenário gastronômico nacional. A chef Leila Carreiro, referência absoluta na culinária patrimonial baiana e comandante do icônico Dona Mariquita, vai dividir o fogão com Ivan Santinho, chef à frente do movimentado espaço La Cura Gastronomia, na Vila Madalena.
Batizado de Baixo Gastronômico, o quintal do La Cura virou o novo hotspot paulistano para experiências culinárias colaborativas. E, dessa vez, o aroma do dendê e a ancestralidade dos sabores do Recôncavo vão dominar o ambiente.
Chef Ivan Santinho – Foto: Divulgação
O menu: tradição indígena, afro-baiana e uma pitada de saudade
A proposta da chef Leila Carreiro é transportar os convidados direto para as cozinhas baianas mais autênticas. No cardápio, duas joias da sua cozinha patrimonial: o arroz de hauçá, prato de origem africana ligado à tradição dos muçulmanos na Bahia, e a poqueca de camarão, uma iguaria indígena servida na folha de bananeira, cuja delicadeza contrasta com o vigor dos temperos.
Para adoçar, ela traz o inconfundível bolinho de estudante — crocante por fora, macio por dentro, polvilhado com açúcar e canela. Uma sobremesa que carrega afeto, memória e aquela típica saudade de fim de tarde em Salvador.
Uma ponte entre Salvador e São Paulo
Esse encontro vai além de um jantar colaborativo: é um diálogo entre territórios, histórias e sabores. A parceria entre os chefs Leila Carreiro e Ivan evidencia a importância de valorizar as cozinhas regionais como parte fundamental da identidade brasileira. E a Bahia, com seus aromas de tradição, ocupa papel central nesse cenário.
Chef Leila Carreiro – Foto: Divulgação
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Boteco Português recebe workshop de fotografia imersivo para restaurantes no dia 10 de maio
Salvador vai ganhar uma imersão visual no universo da gastronomia. No dia 10 de maio, sábado, das 9h às 17h, o Boteco Português, no Rio Vermelho, abre as portas para o workshop “Fotografia para Restaurantes”, comandado pelo premiado fotógrafo baiano Leonardo Freire.
Reconhecido por registrar com maestria o sabor e a alma dos pratos da alta gastronomia soteropolitana, Leonardo promete entregar um dia intenso de teoria e prática fotográfica voltada ao mundo da comida.
“O objetivo é compartilhar tudo que aprendi desde 2016 fotografando nos melhores restaurantes de Salvador. É um conteúdo construído na prática, com muita troca e vivência”, antecipa o fotógrafo.
Leonardo Freire por ele mesmo.
Para quem vive — e fotografa — o sabor
Voltado para fotógrafos profissionais e iniciantes, chefs de cozinha, donos de restaurantes, influenciadores digitais, social medias e apaixonados por gastronomia e imagem, o workshop foca nas decisões técnicas e estéticas envolvidas nas sessões fotográficas de comidas e bebidas.
Os participantes aprenderão desde iluminação e escolha de lentes até técnicas de fotografia humanizada, ambientada, com luz natural, contínua, flash e luz mista. A programação inclui também módulos sobre lifestyle, arquitetura de restaurante e retratos, culminando em uma simulação completa de ensaio fotográfico em ambiente real.
Workshop de Fotografia Gastronômica com Leonardo Freire movimenta o Rio VermelhoWorkshop de Fotografia Gastronômica com Leonardo Freire movimenta o Rio VermelhoWorkshop de Fotografia Gastronômica com Leonardo Freire movimenta o Rio VermelhoFotos: Leonardo Freire
Almoço incluso e certificado na mão
Mais do que aprendizado, os inscritos terão uma experiência completa: um almoço no próprio Boteco Português, com entrada, prato principal, sobremesa e bebida não alcoólica. Ao final da jornada, todos receberão certificado de participação.
“Pela manhã vamos mergulhar nos conceitos técnicos, e à tarde, transformar tudo isso em prática, simulando o dia a dia real de uma produção fotográfica em restaurante”, explica Leonardo Feire.
Workshop com Leonardo Freire
O quê: Workshop “Fotografia para Restaurantes” com Leonardo Freire Onde: Boteco Português – Rua Borges dos Reis, 16 – Rio Vermelho Quando: Sábado, 10 de maio Horário: Das 9h às 17h Inscrições e informações: WhatsApp (71) 99710-4170 ou no site.
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No compasso tranquilo deste domingo de Páscoa, entre sabores intensos e silêncios cheios de significado, convidamos você a desacelerar. Nada melhor do que um bom vinho para acompanhar esse momento — e, claro, as palavras sempre envolventes de Carol Souzah.
Na quarta coluna assinada por ela para o Muito Gourmet, a sommelière nos leva por caminhos onde a Tannat se revela mais do que uva: torna-se personagem de uma história marcada por fé, cura, migração e paixão. Em tempos de renovação, sua escrita nos lembra que também o vinho pode ser rito, memória e renascimento.
Abra sua taça. A seguir, Carol nos convida a sentir, lembrar e brindar.
Além da Estrutura: A Odisseia Apaixonante da Tannat
Em uma taça de Tannat há mais do que um vinho de taninos pronunciados; há histórias de povos, adaptação, resiliência, cura, bons goles e paixão.
Escolhi escrever a coluna de hoje sobre essa uva e sua fama justamente no “Dia Internacional da Uva Tannat”, 14 de abril. A ideia surgiu enquanto conversava — e bebia — com meu amigo Felipe. Mais tarde, já em casa, lembrei de tantos Tannats maravilhosos que já degustei… e de outros, até famosos, mas de qualidade duvidosa para esta sommelière que vos escreve.
Onde tudo começou: Tannat nascida na fé e na rusticidade francesa
Sem mais delongas, foi na França que tudo começou. A Tannat nasceu em Madiran, no sudoeste do país — uma terra de vinhos rústicos e de fé, produzidos por monges que acreditavam que o vinho era remédio para o corpo e para a alma. Pensando bem, os Tannats daquela época talvez curassem mesmo — não só pela fé dos monges ditosos, mas pelos compostos presentes na uva, verdadeiros elixires criados por Dionísio, o deus do vinho.
E se um vinho tinto já é bom para a saúde, imagine um Tannat? Além do perfil sensorial marcante, estudos indicam que seu coquetel de polifenóis, antocianinas e resveratrol está associado à proteção cardiovascular e à saúde cerebral. Mas, claro, tudo com moderação.
Uma uva que encontrou lar no Uruguai
A Tannat chegou ao Uruguai na década de 1870, levada pelo imigrante basco Pascual Harriague. Desde então, adaptou-se perfeitamente ao terroir uruguaio e tornou-se a variedade emblemática do país.
Hoje, o Uruguai é o segundo maior produtor mundial de Tannat, atrás apenas da França. O nome da uva deriva dos altos níveis de taninos, que conferem ao vinho uma estrutura robusta e um grande potencial de envelhecimento. Por isso, o Tannat é excelente tanto em varietais quanto em cortes — nestes, sua intensidade se harmoniza com outras castas, resultando em rótulos complexos e elegantes.
Tannat: paixão intensa que desafia paladares
Apesar de sua força, o Tannat nem sempre agrada a todos. Seus taninos potentes e estrutura encorpada exigem um paladar aberto à intensidade. Mas, para os amantes de vinhos densos e ousados, ele representa uma escolha extraordinária.
Se você é um enófilo em busca de novas experiências, mergulhar nos vinhos Tannat do Uruguai é uma jornada de descobertas memoráveis.
Dicas da Somm: três vinícolas uruguaias imperdíveis
Bodega Garzón (Maldonado) Ícone da vinicultura uruguaia moderna, produz Tannats elegantes, com frescor, complexidade e reconhecimento internacional. Destaque:Garzón Single Vineyard Tannat
Garzón Single Vineyard Tannat – Foto: Divulgação
Pisano Wines (Canelones) Vinícola familiar, biodinâmica e multipremiada. Trabalha o Tannat com identidade forte, inclusive em cortes criativos. Destaque:Pisano RPF Tannat
Alto de la Ballena (Maldonado) Pequena vinícola boutique com Tannats de altitude, frescos e aromáticos. Pouco conhecida, mas merece atenção. Destaques:Blend Tannat-Viognier e Reserva Alto de la Ballena (varietal)
No Brasil, a Tannat ganha charme e elegância
No Brasil, a Tannat tem brilhado na Campanha Gaúcha, onde os vinhos apresentam taninos mais macios e elegantes — ideais para quem busca equilíbrio e acessibilidade desde a juventude.
Se você é um verdadeiro apaixonado por Tannat, precisa conhecer os rótulos da Vinícola Guatambu, em Dom Pedrito (RS).
Admito: tenho um caso de amor com essa vinícola. Tudo que nasce ali surpreende — muito graças à genialidade da enóloga Gabriela Pötter, que consegue extrair o melhor da uva e do terroir local.
Destaques:
Lendas do Pampa Tannat: intenso, com taninos marcantes e complexidade admirável.
Rastros do Pampa Tannat: um dos grandes Tannats brasileiros, com taninos sedosos e elegância ímpar. Um vinho lindo.
Além da Estrutura: A Odisseia Apaixonante da TannatAlém da Estrutura: A Odisseia Apaixonante da Tannat
Que cada taça de Tannat seja um abraço intenso entre história e terroir.
A sommelière abordará inovações no mundo dos vinhos, curiosidades, harmonizações, aspectos socioeconômicos, sustentabilidade, ética na produção e muitas dicas.
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Um refúgio entre Ilhéus e Olivença que permite viver a Bahia com alma, flores e muito sabor
Entre a mata preservada da Costa do Cacau e o mar que inspira poetas e chefs, a Pousada Morro dos Navegantes se ergue como um oásis de hospitalidade, natureza e culinária afetiva. Comandada há mais de 30 anos pela chef e empreendedora Dani Façanha, o espaço busca transcender a ideia de hospedagem: é um convite à celebração da vida por meio dos sabores, da estética e da ancestralidade.
Pousada Morro dos Navegantes: como extensão da alma baiana
Rústica, charmosa e em plena harmonia com a natureza, a pousada expressa a identidade de Dani Façanha em cada detalhe. A decoração privilegia elementos da cultura local e o cuidado ambiental é visível: o local abriga espécies nativas como pau-brasil e graviola, cultiva uma horta própria e é lar de micos, tucanos e outros animais silvestres.
“Criamos um ambiente que encanta não apenas pela estética, mas pela experiência que proporciona. Muitos hóspedes voltam com seus filhos — e até netos — porque aqui cada visita é uma memória viva”, conta Dani.
A localização estratégica entre Ilhéus e Olivença conecta o empreendimento ao roteiro turístico do sul da Bahia, com charme suficiente para ter virado cenário de novela e ponto obrigatório para viajantes que buscam mais do que descanso: desejam vivências.
Pousada Morro do Navegantes – Foto: Divulgação
Gastronomia que seduz com flores, moquecas e espumante com mel de cacau
No coração do Morro dos Navegantes pulsa a cozinha autoral de Dani Façanha, marcada pela união entre técnicas da culináriafrancesa e a expressividade dos ingredientesbrasileiros, especialmente da Costa do Cacau.
A estrela da casa? A moqueca, servida em diversas versões, sempre com ingredientes locais, capricho artesanal e flores colhidas no próprio quintal da chef. “A comida começa pelos olhos. Minhas moquecas encantam, seduzem e alimentam”, define.
Outro destaque é o Beline Baiano, um espumante com mel de cacau criado por Dani como welcome drink. Refrescante e surpreendente, ele dá boas-vindas ao hóspede com o sabor da terra em forma líquida.
A chef que cozinha com alma e administra com coragem
Formada pela escola técnica da Ceplac e aluna do renomado chef francês Laurent Suaudeau, Dani Façanha uniu formação técnica, talento natural e visão empreendedora para transformar sua pousada em referência gastronômica.
“Profissionalizei todos os processos da cozinha com fichas técnicas, cuido da administração, acompanho reservas, compras, marketing… Tudo para manter o padrão que criei ao longo dos anos. A gestão também é cozinha”, afirma.
Mesmo diante do desafio de empreender na zona rural de Ilhéus, Dani construiu um espaço onde o simples impressiona e o rústico é sofisticado. “O maior desafio foi viver de pousada e restaurante no meio do mato. Mas com coragem e resiliência, transformei o sonho em realidade.”
Chef Dani Façanha – Foto: Yago Mesquita
Turismo afetivo e novos horizontes
A clientela fiel que retorna ano após ano agora é acompanhada por um novo público: turistas do Brasil e do mundo que vêm em busca da comida de Dani. “As pessoas estão cada vez mais exigentes, o que nos desafia a inovar sempre. Já fiz alguns eventos gastronômicos e penso em realizar muitos outros. É só o começo.”
Com planos voltados para a consolidação do que já é referência, a chef quer continuar focada no Morro. Seu maior legado? “Criei um estilo que hoje é amplamente difundido: pratos decorados com flores. Quero ser lembrada por isso — por ter levado beleza e sabor à mesa.”
Foto: Divulgação
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Quando o calendário anuncia a chegada da Semana Santa, os programas de televisão se apressam em exibir receitas de bacalhau, ovos de chocolate ganham destaque nos supermercados e o Brasil parece se alinhar numa mesma tradição pascal. Mas em Salvador, como sempre, tudo tem um sabor diferente.
Aqui, o que chega à mesa na Sexta-feira Santa não é o peixe nórdico nem a tradição importada — é o caruru, o azeite de dendê e a memória viva de um povo que transforma comida em cultura. Nesta crônica deliciosa e repleta de baianidade, conheça por que, na capital baiana, o almoço de Sexta-feira Santa é um verdadeiro banquete ancestral, com raízes africanas, espírito coletivo e alma profundamente soteropolitana.
Alguém me avisou
Semana Santa chegando e Ana Maria Braga já está prontíssima na televisão para ensinar sete receitas de bacalhau para o almoço de Páscoa em família. Querendo, você aprende com ela a fazer aquela receita que todo mundo vai elogiar e comer junto no feriado. Certo? Onde? Não te avisaram? A mim sim — e eu já sei que, em Salvador, mais uma vez, é tudo diferente. E se você decidir ouvir a Globo por aqui, vai ser bem esquisito.
Na Sexta-feira Santa em Salvador, a estrela do cardápio não é o bacalhau. E, convenhamos, nem o ovo de Páscoa — que por aqui vira quase lembrancinha, ficando atrás até da sobremesa. Como tudo nesta cidade é único, o que se come nesse dia sagrado é exclusivo e só se encontra aqui. Aquele peixe norueguês, branquelo, salgado, seco e sem cabeça, vindo de longe, definitivamente não é o protagonista da mesa. E isso pode causar surpresa para muita gente.
É que, em se tratando de Salvador, cada pedacinho da vida cotidiana, cada festa, cada forma de fazer, pensar e comer carrega um tanto de singularidade. A originalidade está em tudo — e, na Sexta-feira Santa, ela brilha com força.
Nesse dia, a gastronomia baiana revela, mais uma vez, a potência do seu patrimônio imaterial. E veja: a Páscoa é coisa séria por aqui. Herdada do catolicismo colonial português, essa tradição ainda influencia os modos de vida locais e impõe suas regras alimentares. A mais conhecida? Nada de carne vermelha na Sexta-feira Santa. A norma é observada por praticamente todos. Churrasco, nem pensar. Rodízio de carnes? Vazios. Até o açougueiro vai estranhar se você pedir um chã de dentro nessa data.
Mas é na força da cultura afro-brasileira que a Sexta-feira Santa ganha alma em Salvador. Rica, bela e ancestral, é ela quem dá o tom da festa e transforma qualquer refeição em rito. É por sua presença marcante que as famílias se reúnem ao redor da mesa para saborear um verdadeiro banquete dos deuses do Olimpo baiano: o belo, caldoso e saboroso caruru.
Nos dias que antecedem a Sexta-feira, é tradição acompanhar pela televisão o preço do quiabo e do camarão seco — e, claro, reclamar deles. Também é costume ir à feira, quebrar a pontinha do quiabo (pra ver se está no ponto!) e levar uma bronca do feirante. Afinal, é assim que manda a tradição. Época também de verificar se tem azeite de dendê em casa — e não o de oliva, mas o legítimo, com a borra decantada no fundo e aquele dourado de raio de sol engarrafado.
Sim, na cidade, o bacalhau passa longe do protagonismo. O que todo mundo quer mesmo é um caruru completo, com vatapá, xinxim de galinha (não de frango), arroz, feijão e, claro, farofa. Pimenta? Também pode, mas aí é gosto pessoal. E para abrir o apetite, acarajé e abará de entrada, como tira-gosto, garantindo sua presença desde o primeiro instante.
É assim: na Bahia, nada se faz sem uma tradição própria. Tudo aqui tem história, tem alma, tem sabor. Por isso, se te chamarem para um caruru de Sexta-feira Santa, lembre-se de vir de lá pequenininho e pisar nesse chão devagarzinho. Fica aí o aviso. Assim eu te garanto: você vai ser recebido com um almoço de Sexta-feira Santa como não se vê igual em nenhum outro canto do mundo.
Novo espaço no Santo Antônio Além do Carmo une tradição nordestina, vista deslumbrante e cozinha autoral
O Santo Antônio Além do Carmo acaba de ganhar um novo ponto de encontro que promete entrar para o roteiro afetivo da gastronomia baiana. Instalado em um charmoso casarão colonial com vista para a Baía de Todos os Santos, o Joca Mesa Bar chega com uma proposta ousada e encantadora: unir o melhor da comida de boteco com a sofisticação da gastronomia contemporânea nordestina, sem abrir mão da descontração, do afeto e da alma popular que definem Salvador.
Joca Mesa Bar: Gastronomia com raiz e alma, entre o sagrado e o profano
Idealizado pelos talentos por trás do Casa de Farinha e da Varanda da Isa — o chef Jota Moraes e a cozinheira empreendedora Isa Oliveira, carinhosamente conhecida como Isoca — o Joca nasce com a missão de acolher todas as tribos em torno da mesa. O ambiente transita com elegância entre o antigo e o moderno, com espaços que se desdobram em três andares e oferecem diferentes experiências sensoriais e visuais.
Jota Moaraes e Isa Oliveira – Foto: Divulgação
Para Jota, a proposta vai muito além do prato:
“A comida de boteco é a raiz. É onde a gente encontra com nossos primitivos… e trazer essas origens para a Baía de Todos os Santos é a comunicação perfeita! É você se sentir comendo bem, absorvendo suas raízes na paisagem mais linda e mais valiosa de Salvador. É um deleite entre o clássico e o moderno. Entre o íntimo e o externo. É o Sagrado e o Profano. Isso é Salvador. Esse é o retrato da nossa história e da nossa gastronomia.”
Uma cozinha que abraça o sabor e a memória
No cardápio, brilham receitas já consagradas e novidades irresistíveis. Algumas entradas seguem o conceito surf n’ turf, com ousadas combinações de terra e mar: como o Crudo de Peixe Branco Curado com Fumeiro Artesanal, acompanhado de picles de cenoura baby e ajicoco com dendê, ou o surpreendente Tempurá de Nori com mousseline de carne do sol, camarão sauté e maxixe caramelizado.
Entre os principais, destaque para o Malassado com legumes do cozimento, o inventivo Lampião e Ariel, que une carne de sol, ragu de polvo e camarões flambados na cachaça, e os já queridos da Casa de Farinha, como o Baião de Dois de Frutos do Mar e o Filé à Primavera.
Baião de Dois de Frutos do Mar – Foto: Divulgação
No bar, a pegada é de boteco raiz, com clima informal, muita conversa e petiscos como os bolinhos de moqueca e de feijoada, croquetas de carne, sanduíches de polvo e os clássicos caldos de sururu e arraia. Tudo isso acompanhado por chopes gelados, cervejas artesanais e uma carta de drinks autoral.
Um casarão, muitas histórias
O Joca ocupa o mesmo edifício da charmosa Pousada Des Arts, na Rua Direita do Santo Antônio, nº 90, preservando a arquitetura original e dialogando com a estética vibrante do bairro. Os três andares oferecem experiências distintas: no térreo, o Salão Des Arts mistura arte nas paredes, cadeiras ergométricas e mesas Tramontina, além do Bar da Corona. No segundo andar, a Varanda Show traz cozinha aberta e vista panorâmica para a Baía. E no topo, o Deck Corona propõe um ambiente intimista e minimalista, ideal para celebrações especiais.
Da varanda ao mundo: a cozinha de Isoca
Com a mesma força poética de Jota, Isa Oliveira também revive a própria história com o Joca:
“Comecei a Varanda em casa, para os amigos, durante o projeto Sobe e Desce, lá em 2017. Sem muita experiência, mas com amor, mãos cheias e receita de família. […] Hoje, renasço como fênix para uma nova aventura, com o coração aberto, cercada de quem amo e de novos sabores.”
Esse renascimento se traduz em afeto à mesa. O Joca Mesa Bar é isso: um convite à celebração, à partilha, ao reencontro com as raízes. Um lugar para brindar a Salvador em todos os sentidos — da arquitetura à culinária, da história ao sabor.
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Novo restaurante na Pituba une tradição italiana, sofisticação e uma experiência inédita no mundo dos drinks
Salvador ganha um novo capítulo em seu cenário gastronômico com a chegada do Casa Iryna, restaurante de alma italiana que abre as portas na Pituba com uma proposta elegante, afetiva e absolutamente inédita: a primeira fonte de Aperol do mundo, aprovada pela própria Campari.
Casa Iryna – Foto: Guiga Motta
Idealizado pela empresária Iryna Podusovska, o restaurante ocupa um charmoso endereço na Rua Alexandre Herculano e se apresenta como um refúgio de sabores clássicos italianos com toques contemporâneos, inspirados na trajetória multicultural da fundadora — que nasceu na Rússia, cresceu na Ucrânia e se mudou para a Itália ainda na infância.
Iryna Podusovska – Foto: Guiga Motta
Uma cozinha de memórias, ingredientes autênticos e sofisticação sem exageros
A curadoria do menu é conduzida pelo chef Theo Tapioca, que aposta em receitas tradicionais feitas com insumos de excelência. O destaque vai para o Gnocchi artesanal com fonduta de Grana Padano, espumante, camarões salteados e azeite de trufas, uma combinação que sintetiza o conceito da casa: conforto, autenticidade e um toque de luxo.
Ícones como o Cacio e Pepe e o Bucatini alla Carbonara também estão no cardápio e surpreendem pela fidelidade às raízes — com direito a Pecorino Romano legítimo e guanciale italiano (essencial para a carbonara tradicional).
Cacio e Pepe – Foto: Guiga MottaGnocchi Grana Padano – Foto: Guiga Motta
As sobremesas têm assinatura da confeiteira Luiza Vilhena, completando a jornada com doces que equilibram memória afetiva e técnica refinada.
Um bar com alma italiana e um toque revolucionário
Na coquetelaria, o premiado bartender Jonatan Albuquerque, conhecido pelo trabalho no Purgatório, assina uma carta de drinks que dialoga com a proposta da casa. A estrela indiscutível é a instagramávelfonte de Aperol Spritz, que se tornou ícone visual e sensorial do ambiente.
Primeira Fonte de Aperol do Mundo – Foto: Guiga Motta
Design elegante e atmosfera cosmopolita
Com projeto do arquiteto Pedro Chezzi, o ambiente do Casa Iryna celebra o encontro entre o design moderno e a hospitalidade italiana. Com capacidade para 80 pessoas, o espaço é intimista e acolhedor, ideal para quem busca uma experiência gastronômica memorável.
O restaurante funciona em soft opening com os seguintes horários:
Jantar: quarta a sexta, das 18h às 23h | sexta e sábado, das 19h às 23h30
Almoço: sábado e domingo, das 12h às 16h
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Coleção especial de ovos artesanais celebra a criatividade da confeitaria baiana
Com ares de ateliê doce, a Jeanne Garcia Confeitaria, agora instalada em novo e charmoso endereço na Pituba (Rua Ramalho Ortigão, nº 30), apresenta sua coleção especial de Páscoa 2025. A proposta é clara: unir ingredientes nobres a receitas autorais que traduzem o espírito artesanal da marca, já reconhecida como referência em Salvador.
Jeanne Garcia – Foto: Pedro Mascarenhas
Chocolate de verdade e receitas que contam histórias
Feita com chocolate nobre – sem adição de gordura hidrogenada – e ingredientes frescos, a linha de ovos de Páscoa deste ano aposta na qualidade sem concessões. Tudo é produzido artesanalmente, sem conservantes ou aromatizantes artificiais. O resultado? Uma seleção sofisticada, com sabores que equilibram delicadeza, textura e ousadia.
Entre os destaques está o Ovo Casca Recheada de Pistache, feito com chocolate branco, crumble de parmesão e o aclamado brigadeiro de pistache da casa. Um contraste inusitado que conquista logo na primeira colherada.
Ovo Casca Recheada de Pistache – Foto: Pedro Mascarenhas
Outro queridinho da Páscoa 2025 é o Ovo de Corte de Maracujá, eleito por dois anos entre os melhores da capital baiana. A meia casca leva coulis de maracujá, brigadeiro de cream cheese e crumble de castanha de caju, formando uma verdadeira sinfonia de sabores tropicais.
Ovo de Corte de Maracujá – Foto: Pedro Mascarenhas
Parceria com toque baiano: café, caramelo e sofisticação
Para quem busca novidades, o Ovo de Corte Café Garbo merece destaque. A criação une chocolate meio amargo, caramelo de café e bolo embebido no café espresso Garbo – resultado de uma parceria especial com a cafeteria baiana homônima. O sabor intenso do café harmoniza perfeitamente com a suavidade do brigadeiro de cream cheese.
Ovo de Corte Café Garbo – Foto: Pedro Mascarenhas
Degustação, presente e tradição
Pensando nos indecisos (ou nos que querem tudo), a confeitaria oferece o Degustação Trio JG, com versões mini dos ovos Maracujá, Devil’s e Cherry. Uma seleção perfeita para descobrir os sabores da marca ou presentear com elegância.
E por falar em presentear, a Jeanne Garcia também preparou kits especiais e caixinhas com macarons – carro-chefe da confeitaria – em diferentes formatos, ideais para empresas presentearem seus clientes e equipes.
Degustação Trio JG – Foto: Pedro Mascarenhas
Páscoa 2025: Encomendas e funcionamento no feriadão
As encomendas podem ser feitas exclusivamente pelo WhatsApp. Todas as opções da coleção de Páscoa estão disponíveis neste link.
Durante o feriadão de Páscoa, a confeitaria terá horários especiais:
Sexta-feira da Paixão: brunch das 8h às 12h;
Sábado de Aleluia: brunch das 8h às 12h e confeitaria das 14h às 19h;
Domingo de Páscoa: fechado.
Jeanne Garcia reafirma, mais uma vez, o papel da confeitaria autoral em Salvador: feita com afeto, técnica e ingredientes que falam por si.
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