Festival de Paellas gastronômico acontece até 30 de novembro nas unidades do Shopping Barra e Clube Espanhol
A chama da tradição ibérica vai arder mais forte neste mês em Salvador. Para comemorar cinco anos de trajetória saborosa, o restaurante Santiago Culinária Ibérica realiza, de 17 a 30 de novembro, um Festival de Paellas que promete agradar aos fãs da autêntica gastronomia espanhola, com direito a novas criações e versões clássicas do prato que é símbolo da casa.
O festival acontece simultaneamente nas duas unidades do restaurante: no L4 do Shopping Barra e no tradicional Clube Espanhol, onde tudo começou. O cardápio especial traz cinco versões de paella, incluindo duas novidades que revelam o tempero criativo da casa: a Paella Nordestina, com charque, banana da terra e queijo coalho, e a intrigante Paella Negra, feita com tintura de lula e frutos do mar.
Restaurante Santiago Shopping Barra Foto: Pedro CidreiraRestaurante Santiago Clube Espanhol Foto: Divulgação
Completam o menu as consagradas receitas da Paella Marinera (frutos do mar), Paella Valenciana (frutos do mar, frango, carne suína e chouriço) e a versão Vegetariana, rica em legumes. As porções serão servidas tanto no almoço quanto no jantar, com opções individuais ou para compartilhar.
Desde sua inauguração em 2020, o Santiago conquistou um espaço afetivo no paladar dos soteropolitanos. Fundado pelo empresário Rafael Casqueiro, o restaurante nasceu com a proposta de traduzir a cozinha ibérica com respeito às tradições e um toque de brasilidade. A paella, carro-chefe do cardápio, tornou-se o prato mais pedido nas duas unidades, mantendo viva a herança familiar que atravessou gerações.
“Estamos celebrando os cinco anos do Santiago, que foram repletos de história, sabor e encontros inesquecíveis”, reflete Rafael. “Foram anos intensos, com muitos desafios, aprendizados e vitórias. Ao olhar para trás, vejo pessoas — clientes, fornecedores, colaboradores — e a todas elas, minha imensa gratidão. Se os últimos cinco anos foram extraordinários, os próximos prometem ser ainda melhores.”
Para quem ama a fusão entre memória, identidade e boa comida, o Festival de Paellas é o convite ideal para revisitar sabores ou experimentar novas interpretações de um clássico eterno.
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Em novembro, mês da Consciência Negra, a coluna de Carol Souzah nos leva por um caminho raro na enogastronomia: o resgate da ancestralidade africana na história do vinho. Com olhar crítico e profundo, Carol questiona o apagamento histórico que transformou o vinho em sinônimo de tradição europeia e ilumina as raízes milenares da vinificação em Kemet, o antigo Egito.
Neste texto, ela convoca o leitor a repensar o que sabemos, ou o que nunca nos contaram, sobre quem fermentou as primeiras uvas, quem desenhou os rituais e técnicas que hoje chamamos de tradição.
Uma aula sobre pertencimento, memória e verdade, embasada em fontes arqueológicas e intelectuais afro-diaspóricas.
O vinho antes da Europa, a memória africana antes do apagamento
De quem é, afinal, a verdadeira história do vinho? E por que insistimos em olhar apenas para a Europa quando falamos de origem e tradição?
É quase irônico que, enquanto grande parte da Europa ainda organizava aldeias, a África já transformava uva em vinho com método, ciência e espiritualidade. A narrativa ocidentalizada apagou essa presença, como se o vinho fosse exclusivamente europeu. Fanon lembrava que a colonização instala o esquecimento, e Sueli Carneiro chama isso de epistemicídio, o apagamento deliberado do saber de um povo. O vinho, por mais romântico que pareça, também foi atravessado por esse apagamento.
As evidências arqueológicas mostram que por volta de 3000 a.C. o Egito antigo, Kemet, já produzia vinhos com um refinamento que impressiona pesquisadores até hoje. Em Abydos, Hierakonpolis e Tebas foram encontradas ânforas com registros de safra e procedência, além de pinturas que detalham colheita, prensagem, fermentação e armazenamento. Produziam-se tintos, brancos e rosés com técnica organizada e avançada para a época. Não era acaso, era conhecimento.
A África no mapa das primeiras vinificações do mundo
O consenso arqueológico aponta que os berços mais antigos do vinho se espalham por regiões que hoje correspondem à Geórgia, Armênia, Turquia, Síria, Irã e Líbano, territórios do Cáucaso e do Levante. E apontam também o Egito. A África não ocupa um lugar secundário nessa linha do tempo, ocupa um lugar essencial. A Geórgia possui os vestígios mais antigos, o Líbano e a Síria desenvolveram circulação e comércio, e Kemet se destaca pela sofisticação dos métodos, pela organização técnica e pelo papel do vinho como elemento ritual, político e espiritual.
Durante minha formação como sommelière, algo sempre me inquieta. Nos cursos que fiz, sejam eles nacionais ou internacionais, aprendi, sem grande profundidade, sobre o Cáucaso e o Levante. Já as tradições europeias são apresentadas em riqueza de detalhes, inclusive com mitologias e curiosidades, mas quase não ouvi sobre a África antiga, Kemet, como uma das pioneiras na vinificação. Quando mencionada, a abordagem se limitava aos vinhos contemporâneos, sem apresentar a contribuição milenar de Kemet. Essa ausência não é uma falha neutra, é resultado do mesmo epistemicídio que decide quem pode ser reconhecido como origem.
Por isso, aqui em Salvador, faço questão de citar o papel da África em todos os meus cursos e em boa parte das degustações em que ensino a história do vinho. Acredito que o saber precisa ser completo. Muita gente que já passou por aulas comigo sabe disso. Recuperar essa história é recuperar pertencimento, memória e verdade.
Então o que fazemos com isso agora?
Talvez seja simples. Passamos a beber sabendo. Reconhecemos a ancestralidade que sustenta a taça. Criamos espaço para que profissionais negros ocupem seus lugares sem precisar provar legitimidade. Voltamos os olhos para a África que produz vinhos hoje e para a África que, muito antes disso, fermentou conhecimento, culto e vida.
Porque o vinho não é apenas tradição europeia. É história global. É memória compartilhada. É herança africana também, sobretudo neste mês de novembro.
Dica da Somm: Referências que sustentam esta reflexão
Ancient Wine, Patrick McGovern Obra essencial sobre as origens arqueológicas do vinho e suas primeiras vinificações, incluindo Egito, Levante e Cáucaso. Base importante para compreender o papel técnico e cultural de Kemet na história do vinho.
A Incrível História do Vinho, Hugh Johnson e Jancis Robinson Visão ampla e acessível sobre a evolução do vinho no mundo, útil para contextualizar a linha histórica global e entender como a narrativa europeia se tornou dominante.
Sueli Carneiro – Enegrecer o Feminismo e Escritos de uma Vida Fundamental para compreender o conceito de epistemicídio e o apagamento de saberes africanos ao longo da história, tema central desta reflexão.
Frantz Fanon – Pele Negra, Máscaras Brancas Obra-chave para entender os processos psicológicos e estruturais da colonização, especialmente a fabricação do esquecimento e da inferiorização cultural. Suas ideias iluminam a necessidade de recuperar narrativas silenciadas, como a da vinificação africana antiga.
A sommelière abordará inovações no mundo dos vinhos, curiosidades, harmonizações, aspectos socioeconômicos, sustentabilidade, ética na produção e muitas dicas.
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Único do Norte-Nordeste no Top 500 Bars 2025, o speakeasy baiano ocupa a 476ª posição e se firma como referência nacional em drinques autorais
É Top 500 Bars! Escondido atrás de uma fachada discreta em Salvador, o Purgatório Bar é muito mais que um endereço secreto para amantes da coquetelaria. É, agora oficialmente, um dos 500 melhores bares do mundo, e o único fora do eixo Rio–São Paulo a conquistar essa façanha no ranking Top 500 Bars 2025, divulgado nesta segunda-feira (10), em Florença, na Itália.
Na 476ª posição global, o speakeasy baiano é também um dos dez melhores bares do Brasil, ao lado de nomes consagrados como o Tan Tan (19º lugar) e o Exímia (43º), ambos de São Paulo. A conquista solidifica a reputação do Purgatório como ícone da coquetelaria regional e marco de um movimento que vem aquecendo a cena de bares em Salvador.
Top 500 Bars: Coquetelaria com sotaque baiano
Sob o comando dos sócios Peu Magalhães, Edno Alves e Jonatan Albuquerque, este último também Diretor Criativo da casa, o Purgatório vem redefinindo o que significa beber bem na capital baiana. Em seu ambiente intimista, onde a iluminação baixa e a trilha sonora cuidadosamente escolhida criam um clima de mistério e sofisticação, drinques autorais com ingredientes locais dividem o protagonismo com clássicos reinventados.
Purgatório Bar no Top 500 Bars 2025 – Foto: Divulgação
“Essa conquista é coletiva, de toda a equipe e do público que acredita no nosso propósito”, destaca Jonatan Albuquerque, que vê o reconhecimento como reflexo de um cenário em efervescência. “A Bahia sempre teve sabores únicos. O que estamos fazendo é traduzir isso em coquetéis.”
Salvador no mapa da mixologia internacional
Além do Purgatório, o Brasil teve outras oito casas reconhecidas no ranking, todas localizadas em São Paulo ou no Rio de Janeiro, incluindo o Subastor (188º), Dos Arcos (336º) e Nosso (479º). O topo da lista ficou com o escocês Panda and Sons, eleito o melhor bar do mundo.
O diferencial do Top 500 Bars está na metodologia. Organizado pelo blog francês Le Cocktail Connoisseur, o ranking se baseia em mais de 2 mil fontes digitais, em 20 idiomas, combinando avaliações de especialistas, influenciadores, jornalistas, resenhas e dados de redes sociais. Um verdadeiro “termômetro coletivo” da relevância de cada bar no cenário global.
Um brinde à Bahia
Com a nova posição, o Purgatório não apenas projeta Salvador na elite da mixologia mundial, como também inspira uma geração de bartenders e empreendedores locais. É um reconhecimento que reforça o potencial da capital baiana como destino não só de praias e cultura afro-brasileira, mas também de experiências sofisticadas e autênticas no universo dos drinques.
Se você ainda não conhece o Purgatório, talvez esteja na hora de se perder, e se encontrar, em seus sabores.
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Festival Tempero no Forte 2025 transforma a charmosa vila da Praia do Forte em um cenário onde o tempo adquire sabor e sentido. De 11 a 21 de dezembro, o festival chega à sua 19ª edição com uma proposta envolvente: uma imersão sensorial guiada por ingredientes que brotam da terra e dançam com a brisa do mar, um convite irresistível a se alimentar com os olhos, a alma e as raízes.
Sob a curadoria da chef Tereza Paim, chefs, cozinheiros e empreendimentos locais se unem em torno de um tema que desperta afetos e memórias: “Sabores da Terra”. Mel, coco, farinha, queijos de cabra, cachaça, pimenta, raízes, frutas da estação, aipim e tapioca são alguns dos ingredientes que ganham protagonismo em criações que contam histórias, preservam culturas e celebram a identidade baiana.
Festival Tempero no Forte 2025 movimentará o público na Praia do Forte – Foto: Waldyr Lantyer
Um destino que se renova
A Praia do Forte é mais que cenário paradisíaco: é polo turístico consolidado, com 12 km de praias, recifes, coqueirais e atividades de ecoturismo.
O festival, ao se estender para as localidades do entorno como Guarajuba, Itacimirim, Imbassaí e Lagoa Aruá, amplia o circuito gastronômico e turístico da região, movimentando economia e cultura local.
Festival Tempero no Forte 2025: O tema que conecta passado e futuro
“Sabores da Terra” não é apenas um mote de degustação, mas uma reflexão sobre origem, identidade e sustentabilidade. Conforme destaca Djanira Dias, da 2D Projetos Culturais e Eventos, realizadora do festival, o tema “traz também sustentabilidade para toda a cadeia produtiva local”.
Assim, ingredientes como raiz-forte, pupunha, ovos caipira ou queijos de cabra passam a protagonizar o circuito. E os chefs, guiados pela curadoria de Tereza Paim, repensam técnicas, harmonizações e narrativas que falam da Bahia, de sua miscigenação, de sua terra fertilizada pelo mar e pelo sol.
Circuito gastronômico & experiências
Durante os 11 dias, os visitantes do Festival Tempero no Forte 2025 poderão circular entre menus exclusivos, degustações, aulas-show, bares e lounges que se espalham pela vila e hotéis participantes.
São mais de 30 restaurantes já confirmados para a edição 2025, o que garante diversidade e amplitude tanto no sabor quanto na atmosfera.
Para os que desejam explorar além do prato: os passeios ecológicos, as artes locais e o vilarejo da Praia do Forte complementam a experiência. A gastronomia vira mote para turismo, cultura e lazer.
O que levar no prato e na mala
Prato: estejam prontos para surpreender-se com criações que exaltam ingredientes da terra, fogem ao óbvio, abraçam o local.
Mala: leve looks leves para o dia, sandálias confortáveis para o vilarejo e um jantar especial para uma noite à beira-mar.
Dica gourmet: chegue cedo aos restaurantes participantes, confirme menus temáticos e aproveite para conversar com produtores locais, aeles são parte vital da história do festival.
Sustentabilidade: valorize pratos que trazem ingredientes locais, pergunte sobre selo ou procedência. Aproveite para conhecer a cadeia produtiva que o festival estimula.
Por que essa edição é especial
Com quase 20 anos de trajetória, o Tempero no Forte 2025 já se consolidou como um dos grandes encontros de gastronomia e cultura no litoral norte da Bahia. A edição 2025 se destaca pelo tema que une autenticidade, sustentabilidade e identidade regional. E para leitores do Muito Gourmet que procuram não apenas saborear, mas vivenciar, esta é uma oportunidade única.
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Chef Ricardo Vallari abre a cozinha para nomes da gastronomia em quatro edições do Festival de Ostras, com vinhos especiais e ostras em destaque
Com o verão batendo à porta, o Proa Gastrôbar, na Pituba, confirma a segunda temporada do seu Festival de Ostras, um dos eventos mais saborosos da estação em Salvador. A partir de novembro, o chef Ricardo Vallari comanda quatro edições mensais do festival, sempre com três dias de duração, misturando sabores frescos, convidados especiais e uma atmosfera solar à beira da torneira de chope.
Nesta edição, o Festival de Ostras ganha dois temperos extras: a participação de chefs convidados no primeiro dia de cada edição e a harmonização com uma carta especial de vinhos da Meus Vinhos, parceira exclusiva do evento. As tradicionais cervejas artesanais da Proa Cervejaria seguem garantidas, servidas direto da fonte no bar da casa.
A estreia da temporada acontece de 19 a 21 de novembro, e quem abre os trabalhos ao lado de Vallari é o chef Ricardo Silva, do restaurante Silva Cozinha. Juntos, eles assinam um cardápio especial com ostras como protagonistas, criando combinações que celebram a brisa quente e a leveza do litoral baiano.
Chef Ricardo Silva – Foto: Gabriel Brawne
“O festival nasceu do desejo de valorizar o frescor e a versatilidade da ostra, trazendo combinações que conversam com o calor, a brisa e a energia da estação. Nesta edição, quisemos ir além, abrindo espaço para novas criações e harmonizações e aproximando ainda mais o público da experiência gastronômica”, conta Vallari, que carrega no DNA um misto de tradição italiana e raízes no Recôncavo baiano.
Chef Ricardo Vallari – Foto: Guiga Motta
Durante os dias do festival, o menu tradicional do Proa será suspenso, dando lugar às criações efêmeras do evento. É uma oportunidade de experimentar receitas únicas, criadas para existirem apenas naquele final de semana.
O Proa Gastrôbar funciona no Bar da Proa Cervejaria, na Rua das Hortênsias, 288, Pituba. O funcionamento é das 17h às 23h às quartas e quintas, e das 17h à 0h30 aos sábados. Mais informações no Instagram.
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Nos dias 21 e 22 de novembro de 2025, Salvador se transforma no epicentro da enogastronomia do Norte e Nordeste com a chegada da 13ª Bahia Vinho Show. Reconhecida como uma grande feira do segmento, a programação deste ano aposta na sofisticação e no conhecimento como diferenciais para encantar tanto o público apreciador quanto os profissionais do setor.
Realizado no elegante Hotel Vila Galé, em Ondina, o evento promove uma imersão completa no universo dos vinhos, reunindo mais de 200 rótulos nacionais e internacionais, apresentados por 22 empresas parceiras. Mas o grande destaque desta edição são as masterclasses comandadas pela sommelière Esmeralda Alborghetti, que prometem transformar taças em instrumentos de aprendizado.
Quando o vinho vira aula
O 13ª Bahia Vinho Show chega com um novo foco: formar, educar e aprofundar o entendimento do público sobre a complexidade dos vinhos. Na sexta-feira (21), a aula inaugural trará o tema “Vinhos Vulcânicos: descubra o que torna esses vinhos tão únicos”, explorando terroirs exóticos e características sensoriais pouco convencionais.
No sábado (22), o público será convidado a desenvolver um olhar técnico na masterclass “Aprenda a degustar como um Sommelier!”, mesclando teoria e prática sob a condução de Esmeralda Alborghetti. A experiência marca o lançamento da Sommelier School em Salvador, uma das principais escolas de formação em vinhos do país, com condições especiais de matrícula para os participantes do evento.
“Nosso público é fiel e ávido por conhecimento. Por isso, esta edição celebra a sofisticação e a diversidade do mundo dos vinhos com excelência”, afirma Ivan Baldivieso, organizador do evento.
Esmeralda Alborghetti ministrará aula na 13ª Bahia Vinho Show (Divulgação)
Conexões, negócios e rótulos exclusivos
Além da programação para o público, o Bahia Vinho Show também se posiciona como uma vitrine estratégica para o setor. Um horário exclusivo para o trade B2B permitirá conexões valiosas entre vinícolas, importadoras, distribuidores e lojistas, fomentando o mercado local.
Já para os apaixonados por vinho, será possível degustar e adquirir rótulos de alta qualidade, muitos deles com preços especiais, num ambiente que valoriza a experiência e o bom gosto. A expectativa da organização é reunir cerca de 600 participantes ao longo dos dois dias.
Serviço 13ª Bahia Vinho Show
O quê: 13ª Bahia Vinho Show
Quando: 21 e 22 de novembro de 2025
Onde: Hotel Vila Galé Salvador – Rua Morro do Escravo Miguel, 320 – Ondina, Salvador-BA
Realização: Clube Gourmet Bahia
Ingressos: à venda na plataforma Sympla (feira e masterclasses possuem entradas separadas)
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No próximo sábado, 8 de novembro, o restaurante Boia, no Horto Florestal, será palco de uma experiência rara: o chef baiano Kaywa Hilton recebe a chef franco‑congolesa Glory Kabé para um jantar a quatro mãos que promete encantar paladares e provocar reflexões sobre identidade, ancestralidade e inovação à mesa.
VIP da culinária baiana contemporânea, Kaywa Hilton se firma como um dos grandes nomes da capital baiana ao valorizar ingredientes locais com criações autorais de forte expressão. Por outro lado, a trajetória de Glory Kabé — que deixou os ares, onde atuava como comissária de bordo, para mergulhar no universo gastronômico — representa um movimento pioneiro na Europa: o afro‑vegano, mesclando cozinha vegetal e afetiva com raízes das diásporas africanas.
Intercâmbio de Sabores: Glory Kabé e Kaywa Hilton em jantar a quatro mãos no BoiaIntercâmbio de Sabores: Glory Kabé e Kaywa Hilton em jantar a quatro mãos no Boia
Entre raízes e vanguardas
A proposta do encontro vai muito além de um cardápio em conjunto — é uma narrativa entre culturas: sabores baianos, ingredientes amazônicos, técnicas contemporâneas e o olhar livre de Glory Kabé para a cozinha vegetal e ancestral. Em cinco etapas cuidadosamente desenvolvidas, o menu exclusivo convida o comensal a vivenciar um diálogo entre memórias, técnicas e ingredientes.
Imagine um prato que une dendê e quiabo a ervas selvagens, ou um preparo vegetal servido em louça artesanal que remete à África Ocidental — a fusão ocorre de forma sutil, rica e autoral. A atmosfera do Boia, com ambientação intimista, boa comida e serviço elegante, o que torna a noite ainda mais especial.
Serviço e o convite à participação
A inscrição para esse jantar exige reserva antecipada — as vagas são limitadas. O valor é de R$ 280 por pessoa (bebidas à parte). A partir das 19h do sábado (08/11) a mesa será aberta para quem deseja mergulhar nessa experiência única de sabor e cultura.
Data: sábado, 08 de novembro de 2025 Horário: a partir das 19h Local: Boia Restaurante, Rua José Avena 01, Horto Florestal, Salvador‑BA Valor: R$ 280 por pessoa (bebidas à parte)
Para os apreciadores de boa gastronomia, turistas em visita à capital baiana ou baianos apaixonados por novas sensações à mesa, este jantar representa uma oportunidade excepcional de vivenciar o encontro entre tradição e contemporaneidade.
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Chefs Hugues Mbenda, Preta e a chocolatier Naomi Martino conduzem experiência gastronômica no Centro Histórico de Salvador
Na próxima quinta-feira, 7 de novembro, às 19h, o Preta Tirachapéu, no Centro Histórico de Salvador, se transforma em passarela sensorial para um jantar que une três territórios culinários: África, França e Brasil. A proposta é conduzida por três nomes que carregam história, técnica e ancestralidade nos temperos: o chef congolês Hugues Mbenda, a baiana Preta e a maître chocolatier Naomi Martino.
A noite promete ser mais que um simples jantar, será uma travessia entre continentes por meio dos sabores. Ao custo de R$300 por pessoa, a experiência marca o segundo capítulo de uma colaboração que começou em setembro, na França, e agora desembarca em solo baiano com novos aromas e ingredientes locais.
Diálogos afro-diaspóricos no prato
Nascido em Kinshasa e formado na França, Hugues Mbenda é um dos expoentes da nova gastronomia africana na Europa. À frente do Bistrô Kin, em Marselha, o chef é conhecido por sua cozinha híbrida que costura raízes congolesas com ingredientes mediterrâneos. Ao lado de Preta, ele já protagonizou uma versão francesa do evento, agora, é a vez da Bahia receber esse encontro de saberes e sabores.
Preta, por sua vez, é uma força viva na cena gastronômica soteropolitana. Responsável por casas como o Preta da Ilha dos Frades, o Preta e o Casarìa no próprio Palacete Tirachapéu, o Peixe Voador na Rua Chile e o Preta Bistrô no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, ela inscreve a identidade afro-baiana em tudo o que serve.
Hugues Mbenda e Preta (Divulgação)
Chocolate de terroir como símbolo de fusão
O jantar no Preta Tirachapéu também contará com a participação especial da francesa Naomi Martino, mestre chocolatier e referência no movimento Bean to Bar. Fundadora da primeira fábrica de transformação do cacau na Guadalupe, Naomi é a única chocolateira francesa a controlar todo o processo de produção em sua terra natal, transformando o cacau guadalupense em joias gastronômicas premiadas.
Seus chocolates, com acento caribenho e técnica refinada, serão ponto de conexão entre as três culturas celebradas na noite.
Naomi Martino (Divulgação)
Música para harmonizar
A trilha sonora da noite fica por conta do duo francês Lea, formado por Laurène Petit e Arthur Vanel. Suas harmonias suaves prometem completar a imersão sensorial de uma noite que exalta o poder da culinária como linguagem universal.
Foto: Divulgação
Serviço
Jantar África – França – Brasil Onde: Preta Tirachapéu, Centro Histórico de Salvador Quando: Quinta-feira, 7 de novembro, às 19h Quanto: R$ 300 por pessoa Reservas pelo (71) 99954-2727
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Em novembro do ano passado, Salvador se despediu de um dos espaços mais queridos por quem ama vinho com alma, música boa e encontros de verdade. O Terroir Bar de Vinhos encerrou suas atividades, mas não sua história, nem seu impacto na cena enogastronômica da cidade.
Um ano depois, sua fundadora, a sommelière, jornalista, consultora e nossa colunista Carol Souzah, revisita esse capítulo com a delicadeza e a profundidade de quem viveu intensamente cada noite, cada taça, cada desafio.
Nesta coluna, Carol compartilha não apenas memórias, mas também uma reflexão generosa sobre os novos hábitos de consumo, o papel da comunicação no setor e os caminhos possíveis para o futuro dos bares e restaurantes. Um texto para ser lido com calma, de preferência, com uma boa taça ao lado.
O legado da Terroir: como um bar de vinhos em Salvador moldou uma nova geração de consumidoresO legado da Terroir: como um bar de vinhos em Salvador moldou uma nova geração de consumidoresO legado da Terroir: como um bar de vinhos em Salvador moldou uma nova geração de consumidoresAdega Terroir – Foto: Acervo pessoal
Um ano sem a Terroir, uma vida inteira de memórias: reflexões sobre o vinho e novos hábitos de vida e consumo
Um ano depois de fechar as portas, ainda sinto que a entrada continua aberta na memória e na saudade, como uma casa que a gente já não habita, mas que permanece viva nas lembranças, nas conversas e nas histórias que ficaram. Foi em novembro do ano passado que o Terroir Bar de Vinhos, um projeto que ocupou um espaço tão bonito na cena enogastronômica de Salvador, encerrou seu ciclo. Foram anos intensos e cheios de vida, com uma curadoria de vinhos sustentáveis e naturais sempre em movimento: a cada quinze dias, novos rótulos, uvas raras, histórias diferentes para contar em taças novas. O jazz, o blues e a bossa nova embalavam as noites, o ambiente era íntimo e acolhedor, um ponto de encontro entre desconhecidos que viravam amigos e amigos que se tornavam parte da casa. O Terroir era isso, uma casa viva, pulsante, que respirava vinho, música e afeto.
Hoje, revisito esse espaço que já não existe fisicamente, mas que segue vivo nas lembranças e nas marcas que deixou em mim. A Adega Terroir, como muitos ainda a chamam, foi meu grande amor e também meu maior aprendizado. Foi casa, palco, laboratório e espelho. Criá-la foi um gesto de coragem; mantê-la de pé, um exercício diário de fé. Por trás das noites cheias e dos brindes animados havia também as incertezas, as ansiedades, o medo constante de não dar conta de tudo, de segurar as pontas por mais uma semana, um mês. Vieram o cansaço, a exaustão e um burnout que talvez não tenha se curado completamente. Escrevo isso com sinceridade, porque sei que muitos que vivem da gastronomia, da arte e do vinho podem se reconhecer. E ter um bar de vinhos nessa conjuntura foi tão engrandecedor quanto desafiador. Aprendi a lidar com o imprevisível, com as mudanças de humor do mercado e do público, com a rotina que, por mais bela que fosse, também me cobrava um preço emocional alto.
Com o distanciamento do tempo, percebo que o Terroir nasceu em meio a um divisor de águas: a pandemia. Ela mudou tudo, não apenas a forma como consumimos, mas também a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos com o tempo, com o lazer e com o vinho. O Terroir fez parte de um grupo de bares e restaurantes que não resistiram às transformações econômicas e aos novos hábitos de consumo que vieram depois. O que antes era um ritual coletivo, para muitos, se tornou um ritual privado. Sair para beber vinho deixou de ser rotina e passou a ser acontecimento. A compra online ganhou força, o consumo em casa cresceu e, aos poucos, muitos encontros que antes enchiam os salões se tornaram mais espaçados.
Há poucas semanas, uma notícia me fez reviver muitas lembranças: a Enoteca Saint VinSaint, em São Paulo, que sempre foi uma grande inspiração para mim na época da Terroir, anunciou o encerramento de suas atividades. Por vinte anos, o espaço comandado por Lis Cereja foi uma das principais referências em vinhos naturais no Brasil. A notícia, que ecoou em todo o país, vai muito além do fechamento de uma casa, é o reflexo de um tempo que mudou. No texto em que se despede do espaço, Lis fala sobre o desafio de sustentar uma filosofia de pequenos produtores, vinhos orgânicos e biodinâmicos dentro de uma estrutura de restaurante que exigia muito mais do que paixão. Fechar, nesse contexto, não é desistir, é reconhecer a necessidade de transformação.
Percebo, nesses anos, que mesmo entre as grandes casas que seguem abertas, salvo algumas boas exceções, algo mudou. O movimento de outrora, aquele fluxo constante de mesas cheias e taças tilintando a cada noite, já não é mais o mesmo. Os salões continuam belos, os rótulos seguem excelentes, mas o ritmo é outro, mais espaçado, mais seletivo, mais silencioso. Não se trata de falta de interesse, e sim de um novo comportamento coletivo. A comodidade de comprar online e beber em casa alterou o eixo do prazer enogastronômico. O que antes era uma experiência social passou a ser um momento mais íntimo, reservado. A importância que damos ao tempo também mudou. O tempo se tornou um bem escasso, e sair para beber exige mais justificativa emocional do que antes. Há o trânsito, o cansaço do dia, as agendas que nunca se alinham entre os amigos, e a sensação constante de falta de pausa. O lazer precisa valer o esforço.
Além disso, o poder de compra diminuiu, e com ele, a frequência com que o vinho é celebrado fora de casa. Quem antes saía toda semana, hoje o faz uma vez por mês ou apenas em ocasiões especiais. O custo de vida aumentou, o lazer passou a ser planejado e o vinho, muitas vezes, virou um prazer reservado. Ainda assim, a busca por experiências autênticas e personalizadas segue crescendo, mas nem sempre se traduz em consumo presencial. Mesmo as casas mais consolidadas vivem um redesenho do público, com novos horários, dinâmicas e formas de se conectar.
E há outro fator que se impõe: a comunicação. Hoje, não basta que o restaurante ou o bar de vinhos sejam bons para prosperar. É preciso estar presente, ativo e criativo nas redes sociais. A vitrine mudou de lugar, e a comunicação passou a ser parte essencial da sobrevivência. Muitos estabelecimentos, especialmente os menores, enfrentam dificuldade nesse ponto, pois alguns não têm verba para investir em marketing digital nem equipe para criar conteúdo de qualidade constante. Mas o jogo não permite pausa. Quem não se adapta a esse modelo novo, e sem volta, acaba perdendo visibilidade, engajamento e, consequentemente, movimento. É um tal de precisar se reinventar o tempo todo que a palavra passou a me causar pavor. É um ciclo que exige energia, estratégia e presença: além de servir bem, é preciso comunicar, mostrar, criar desejo e manter o público conectado à marca o tempo todo para não ser esquecido.
Mesmo com todos os desafios que vivi, e mesmo com o fechamento, o legado do Terroir permanece. Ela deixou sementes que continuam florescendo: amigos que viraram comunidade, vinhos que despertaram descobertas, encontros que me ensinaram tanto. O formato pode ter mudado, mas a essência segue viva — esse desejo por conexão, por conversa, por taças que contam histórias e aproximam pessoas. Como sommelière, jornalista, consultora e educadora de vinhos, sinto que estamos entrando em uma nova fase do setor. E, no meu caso, o desafio agora é justamente esse: encontrar formatos que façam sentido para o tempo em que vivemos. Experiências menores, mais íntimas, itinerantes e híbridas, que toquem quem participa. Levar o encontro até o cliente, seja em casa, num restaurante parceiro ou num evento especial. Afinal, o vinho continua sendo sobre isso: sobre encontro, partilha e presença.
Um ano após o fechamento do Terroir, o balanço é de saudade, mas também de aprendizado e esperança. Que os bares e restaurantes, esses lugares que acolhem sonhos, encontros e memórias, encontrem fôlego, saúde financeira e também emocional para seus donos e equipes, que tantas vezes sofrem em silêncio. Que voltem a estar cheios de risadas, brindes e alegria. Que o vinho continue sendo um elo entre as pessoas, um convite à pausa e à presença. E aqui deixo meu agradecimento ao Terroir, aos amigos e clientes que seguem comigo até hoje no projeto Terroir Itinerante. Foi ela que me moldou como profissional, que me deu coragem, sensibilidade e experiência para tudo o que construo agora. O Terroir se foi como espaço físico, mas continua existindo nas memórias, nos vínculos e em cada taça que sigo compartilhando.
A sommelière abordará inovações no mundo dos vinhos, curiosidades, harmonizações, aspectos socioeconômicos, sustentabilidade, ética na produção e muitas dicas.
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Sambinha do Sagratto Café Bar une gastronomia, música e pôr do sol na Colina Sagrada
Na Cidade Baixa, onde o azul do céu encontra o dourado do entardecer, o Sagratto Café Bar prepara uma festa especial neste sábado, 1º de novembro. O endereço queridinho do Bonfim será palco do Sambinha do Sagratto, uma celebração cheia de afeto, tempero e música para comemorar o aniversário do chef Victor Bebé.
A partir das 16h, o espaço ganha ainda mais vida com uma roda de samba animada pelo grupo Eu Tô no Samba. O clima será de descontração, sorrisos largos e energia leve — do jeitinho que o chef gosta. O evento tem couvert de R$ 25 e contará com um cardápio especial de petiscos, churrasco, acarajé, além de drinks autorais e cerveja gelada, todos vendidos à parte.
“Celebrar mais um ano de vida no Sagratto é motivo de muita alegria e gratidão. A ideia sempre foi criar um espaço acolhedor, onde as pessoas se sintam bem, celebrem a vida e aproveitem o que há de melhor na Bahia: a boa mesa, a música e o fim de tarde do Bonfim”, conta Victor Bebé.
Victor Bebé – Foto: Divulgação
O Sagratto, localizado na emblemática Colina Sagrada, vem se firmando como um dos espaços mais autênticos da gastronomia afetiva de Salvador. Com uma vista privilegiada e uma programação cultural que mistura o tradicional ao contemporâneo, o local conquista cada vez mais o coração de soteropolitanos e turistas.
No Sambinha do Sagratto, o convite é claro: chegar cedo, brindar com os amigos e deixar-se levar pelo samba e pelos sabores baianos que fazem da Cidade Baixa um lugar tão especial.
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