O que você verá na matéria:
- Pequenos Deslizes: 6 erros que todo mundo comete com vinho (e como evitar)
- 1. Usar qualquer taça (ou copo de requeijão)
- 2. Servir o vinho na temperatura errada
- 3. Deixar a garrafa aberta na porta da geladeira
- 4. Achar que todo vinho combina com tudo
- 5. Comprar vinho só pela uva ou por pontuação
- 6. Guardar vinhos como se fossem eternos
- 🍷 Dica da Somm: Cuidado com o “Reservado”!
- Sobre Linha Editorial e a Carol Souzah
Todo mundo já serviu vinho tinto bem gelado ou achou que guardar a garrafa na porta da geladeira era a coisa certa a se fazer. Mas, como nos lembra Carol Souzah nesta nova coluna, o mundo do vinho é também feito de tropeços — e é justamente daí que vem o aprendizado mais saboroso.
Com sua linguagem descomplicada e observadora, Carol nos entrega uma lista de erros que quase todos já cometemos, sem julgamentos e com ótimas dicas para quem quer beber melhor, sem complicar a vida. Um artigo para rir de si mesmo, aprender com leveza e, claro, brindar com mais consciência.
A seguir, seis deslizes comuns no mundo do vinho e como evitá-los, segundo quem já tropeçou — e aprendeu — com cada gole.
Pequenos Deslizes: 6 erros que todo mundo comete com vinho (e como evitar)
Vamos começar com uma grande verdade: ninguém nasce sabendo beber vinho. Todo mundo, inclusive eu, em algum momento, já tomou tinto gelado ou guardou garrafa aberta na porta da geladeira achando que estava arrasando. A boa notícia? Errar faz parte do processo — e aprender com os erros também pode ser delicioso. Afinal, processo é progresso, ainda mais quando falamos dessa bebida milenar e cheia de nuances.
Foi pensando nos erros que já cometi ou vi cometerem que escolhi falar sobre o tema de hoje. Aqui vão seis tropeços comuns no mundo do vinho que talvez você esteja cometendo (sem nem perceber), e como mudar isso sem complicação.
1. Usar qualquer taça (ou copo de requeijão)
A taça é o palco do vinho. E, apesar da gente amar um improviso, taça pequena, grossa ou com boca fechada demais atrapalha a dança dos aromas. Prefira uma taça de bojo médio ou grande, com haste (sim, ela tem função!) e boca mais aberta. Não precisa gastar rios de dinheiro — uma taça boa e versátil já resolve.
2. Servir o vinho na temperatura errada
Tinto pelando e branco trincando são clássicos de churrasco, mas não favorecem ninguém. Regra básica: tintos leves, entre 14ºC e 16ºC; tintos encorpados, até 18ºC; brancos e rosés, entre 8ºC e 12ºC. Espumantes, mais frios ainda. Um truque rápido: 15 minutos no congelador. E nada de gelo no copo!
3. Deixar a garrafa aberta na porta da geladeira
O vinho aberto precisa de cuidado. Na porta da geladeira, sofre com a variação de temperatura. Melhor armazenar no fundo da geladeira, com rolha bem vedada ou tampa a vácuo. E, se possível, beba no mesmo dia. Se sobrar, use para cozinhar em até três dias.
4. Achar que todo vinho combina com tudo
Harmonização é dança. E vinho potente com prato leve pode desandar. Molhos gordurosos pedem acidez ou tanino. Queijos azuis? Vá de vinho doce. Não precisa decorar regras — só perceber o que funciona no seu paladar.
5. Comprar vinho só pela uva ou por pontuação
“Ah, eu gosto de Malbec.” Mas qual Malbec? De onde? Feito como? A mesma uva pode se transformar completamente conforme o terroir. Pontuações ajudam, mas não garantem que você vai gostar. Converse, leia, prove. Monte seu repertório.
6. Guardar vinhos como se fossem eternos
Aquela garrafa “especial” guardada há anos pode ter passado do ponto. A maioria dos vinhos foi feita para ser bebida jovem. Sem adega, prefira não estocar por muito tempo. Vinho é momento — não adie demais.

🍷 Dica da Somm: Cuidado com o “Reservado”!
O termo “Reservado” nos rótulos chilenos não representa uma categoria oficial de qualidade. É, na verdade, um rótulo de marketing voltado ao Brasil, usado para vinhos simples e jovens. Fique atento e prefira buscar informações sobre o produtor e o método de vinificação antes de decidir.
Ao fim e ao cabo, nesse mundo sem tamanho do vinho, todo mundo já tropeçou numa taça achando que tava arrasando. Mas está tudo bem: vinho é aprendizado — e esse aprendizado se faz com tempo, curiosidade e muitos goles.
O vinho é uma jornada. E cada garrafa é uma nova chance de descobrir.

Sobre Linha Editorial e a Carol Souzah
Carol Souzah é sommelière, jornalista e nova colunista do Muito Gourmet.
A sommelière abordará inovações no mundo dos vinhos, curiosidades, harmonizações, aspectos socioeconômicos, sustentabilidade, ética na produção e muitas dicas.
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